O risco faz parte integral dos negócios, especialmente nas cadeias do agronegócio. Os participantes dessa cadeia enfrentam riscos relacionados à produção e aos preços, que impactam diretamente a estabilidade das atividades e afetam todos os demais envolvidos. Entender os riscos atrelados ao mercado pecuário é fundamental para a atividade.
Quais os Riscos Atrelados ao Mercado Pecuário?
A análise de riscos tem como objetivo identificar eventos relevantes, calcular a probabilidade desses eventos e medir o impacto nos resultados. Considerando que o faturamento é igual à quantidade produzida multiplicada pelo preço, é fundamental distinguir claramente o risco de produção do risco de preço.
O risco de produção está relacionado às variações nas safras e às quebras imprevisíveis que podem ocorrer durante o ciclo produtivo. Fatores como condições climáticas adversas, pragas e as características do solo podem afetar de maneira significativa a quantidade de produção.
Por outro lado, o risco de preço, também conhecido como risco de mercado, surge das flutuações de preços que ocorrem entre o momento da decisão de produção e o momento da venda. Uma das estratégias mais eficazes para mitigar esse risco é o uso de operações de hedge, que permitem travar o preço por meio de contratos futuros nas bolsas de mercadorias.
Como Funciona o Hedge?
Embora o hedge seja uma ferramenta valiosa, ele não elimina completamente os riscos, pois ainda existe o risco de base. Esse risco de base refere-se à diferença entre o preço da commodity em uma região e seu preço no mercado futuro. Ele é influenciado por fatores como oferta e demanda local, condições de transporte e impostos.
Entretanto, a base tende a ser mais previsível do que as flutuações de preço. Isso ocorre porque o desvio padrão da base é geralmente menor que o desvio padrão do preço físico ou futuro, o que torna o risco mais gerenciável. Para calcular de maneira precisa o preço de hedge, é crucial conhecer a base. Assim, o preço objetivo deve ser equivalente ao preço futuro somado ao custo da base.
Estrutura de Contratos Futuros de Boi Gordo
Os contratos futuros de boi gordo negociados na B3 estabelecem uma quantidade padronizada do ativo, um preço acordado e uma data de liquidação futura. A bolsa oferece uma garantia de cumprimento do contrato, proporcionando maior segurança tanto para os compradores quanto para os vendedores.
Em setembro de 2023, a B3 negociou um volume financeiro de US$ 3,7 bilhões em contratos de boi gordo, o que representou 29% do total de contratos e 47% do volume financeiro das commodities agrícolas. Portanto essa alta liquidez torna os contratos futuros uma opção atraente para quem busca fazer hedge.
Análise Estatística e Tomada de Decisão
A viabilidade das operações de hedge depende da correlação entre o preço no mercado físico e o preço dos contratos futuros. Assim, para analisar o risco de forma eficaz, é possível utilizar séries históricas de preços, o que permite mensurar o risco de base de maneira precisa e fundamentar decisões de forma mais informada.
Em conclusão, as operações de hedge representam ferramentas eficazes para mitigar o risco de preço no mercado de boi gordo. No entanto, é essencial considerar o desvio padrão e contar com o acompanhamento de profissionais especializados, a fim de maximizar os benefícios dessa estratégia.
[…] uma prática recomendada. Esse processo possibilita ajustes estratégicos e fortalece o controle de riscos sobre as […]
[…] Uma das aplicações mais importantes de data analytics, por exemplo, é a previsão de preços. A análise de séries temporais, quando combinada com dados climáticos, estatísticas de abate e indicadores de consumo, pode, portanto, fornecer previsões mais precisas sobre os preços futuros do boi gordo. Consequentemente, essa informação ajuda os pecuaristas a planejar melhor a venda de seus animais, maximizando lucros em períodos de alta e, além disso, evitando perdas em momentos de baixa (ver também Riscos no Mercado de Boi Gordo). […]